sexta-feira, 30 de outubro de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ministro Gilmar Mendes diz que MP deve desculpas ao País por uso partidário

A falta de credibilidade e o uso político das instuições que deveriam zelar pela segurança jurídica dos cidadões é denunciada por niguém menos que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Gilmar Mendes. Conforme notícia publica pelo jornal O Estado de São Paulo, Mendes afirmou que o Ministério Público (MP) deve desculpas ao País por ter utilizado a estrutura do Estado para fins partidários durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, membros do MP atuaram por anos como "braço judicial de partidos de oposição" e "propunham todo tipo de ação", principalmente de improbidade administrativa contra autoridades.

"Eu tenho a impressão de que no plano federal isso mudou, mas é preciso inclusive que o Brasil faça essa reflexão sobre esse tempo, que (esses integrantes do MP) peçam desculpas, que digam que usaram, que até indenizassem o Estado por terem usado indevidamente força de trabalho paga pelo poder público, pela sociedade, para fins partidários", afirmou, após se reunir com a diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.

Mendes já havia dito que alguns setores do Ministério Público precisavam melhorar muito para ficarem ruins. "Na verdade, eu falei sobre isso em um contexto específico, dizendo que em alguns Estados o Judiciário não vai bem, mas que também o MP está ainda um estágio abaixo do Judiciário e não funciona, não recebe processos, é responsável pela prescrição". Ele afirmou ainda que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) precisa atuar nesses casos, a exemplo do que tem feito o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "O MP também precisa fazer isso, até porque o que está acontecendo no quadro geral? O mau funcionamento que às vezes é atribuído ao Judiciário decorre do mau funcionamento do MP - processos criminais que prescrevem porque foram abandonados no âmbito do MP e outras questões", citou. "As costas largas acabam sendo do Judiciário", ironizou.

No caso da Governadores Yeda, Mendes disse também que é preciso definir o âmbito das ações de improbidade administrativa. Citando o caso do julgamento do ex-ministro de Ciência e Tecnologia Ronaldo Sardenberg, que teve a condenação anulada, o presidente do STF respondeu que a governadora tem foro privilegiado - no caso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Esse tema precisa ser definido, porque muitas vezes se presta à manipulação, politização, excessos", afirmou Mendes.

Questionado ainda se o caso de Yeda se encaixava como exemplo, ele respondeu: "Não sei, mas em geral isso se presta muitas vezes à politização, obtenção de liminares para afastamento dos ocupantes de cargos, deputados, senadores, governadores, prefeitos, gerando na verdade grandes tumultos institucionais."

Depois disso, alguém duvida que tem gato neste saco?


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,mendes-mp-deve-desculpas-ao-pais-por-uso-partidario,420281,0.htm

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Triplo Filtro de Sócrates

Na antiga Grécia, Sócrates tornou-se famoso por sua sabedoria e pelo grande respeito que manifestava por todos. Um certo dia, veio ao encontro do filósofo um homem, seu conhecido, e lhe disse:
- Sabes o que eu ouvi sobre um amigo teu?
- Espera um pouco - respondeu Sócrates. Antes que de me digas qualquer coisa, quero que passes por um pequeno exame. Eu o chamo de triplo filtro.
- Triplo filtro? - supreende-se o homem.
- Isso mesmo - continuou Sócrates. Antes de me falares sobre o meu amigo, pode ser um boa idéia filtrares três vezes o que me vais dizer. É por isso que o chamo o exame de triplo filtro.
Com a concordância do homem, Sócrates falou:
- O primeiro é o filtro da VERDADE. Estás absolutamente seguro de que aquilo que me vais dizer é verdade?
- Não - disse o homem. Realmente eu só ouvi falar sobre isso.
- Bem - disse Sócrates - Então, na realidade, não sabes se é verdade ou é mentira. Agora, então, deixa-me aplicar o segundo filtro, o filtro da BONDADE. O que me vais dizer sobre o meu amigo é uma coisa boa?
- Não. Pelo contrário...
- Então, queres dizer-me uma coisa ruim sobre meu amigo e não estás seguro de que seja verdadeira. Mas posso ainda ouvir-te, porque falta um filtro, o filtro da UTILIDADE. Vai servir-me para alguma coisa saber aquilo que me vais dizer sobre ele?
- Não. Na verdade, penso que não...
- Bem - concluiu Sócrates. Se o que me queres dizer pode nem sequer ser verdadeiro, não é algo bom e nem me é útil, por que razão eu iria querer saber?

Sócrates viveu na Grécia entre 469 a 399 a.C. e tenho a convicção que a maioria das coisas que falamos acerca de alguém não passaria - talvez em nenhum - dos filtros de Sócrates. É impressionante como aprendemos e evoluímos tanto tecnologicamente, mas tão pouco sobre as questões éticas e morais desde então, mesmo que já tenhamos suficientes exemplos de como deveríamos nos comportar para respeitarmos mínimamente os valores requeridos por uma sociedade que queremos que nos respeite.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Que país é este?

Agora, falando sério, que país é este?
Quanto mais nós, os mundialmente famosos – mais pela bunda que pela cabeça – habitantes deste gigante deitado eternamente em berço esplêndido, (in)dignamente comandado por uma casta de dirigentes irreparavelmente à margem da sociedade comum e mortal composta pelos atordoados e impassíveis pagadores de impostos (embora seja do sangue destes esta horda se alimenta) e cuja maioria, como nunca antes na história, oscila entre a semi-intelectualização e a obsessão-compulsiva pelo uso privado e pessoal dos recursos públicos, tendo como principal representante e referência de aprovação popular um Presidente semi-alfabetizado, o qual confere ao país a oficialização e valorização da ignorância e do desrespeito pelo conhecimento e o desprezo pela língua-pátria, derivada da ausência de um mínimo de qualificação intelectual e formação cultural, que deveria ser requisito fundamental para dirigir os rumos de um povo (mas também que povo!), mais eu concordo com Charles de Gaulle quando disse, em 1963, que "Le Brésil n’est pas um pays sérieux". Realmente não sei quando – e se – vamos inverter a curva da hipocrisia e do proselitismo imbecilizado da horda dirigente e dos membros dos poderes constituídos, para uma mínima perspectiva de racionalidade sócio-política, já que, de fato, quanto mais o tempo passa, parece que menos sério ficamos.
Será que peguei pesado? Então vejamos:
1. O Supremo Tribunal Federal acaba de definir, para o efusivo aplauso dos donos do quarto poder, que agora podem contratar qualquer imbecil para inventar as informações que nós, os idiotas, vamos comprar como verdades, já que para ser jornalista não é necessário... ser jornalista! Que maravilha! Estou à espera que o Supremo (Supremo! Que termo para um local intocável de pessoas intocáveis) adjudique que para ser médico não seja mais necessário ter diploma de medicina, aí vou curar Gripe Aviária com aspirina e ficar rico!
Ora, se já convivemos com a informação manipulada ao bel prazer dos detentores dos veículos de comunicação que, pasmem, aceitam (e até exigem) que se derive o dinheiro público para a remuneração “adequada” ao valor de seu trabalho “jornalístico” de informar el pueblo sobre as ações dos poderes públicos, cujo resultado reelegem ou destrói os dententores de cargos públicos (eu, paticularmente, não acredito que a imprensa “séria” manipule informações conforme seu interesse econômico. Isso é intriga da imprensa “marrom”), imagina quando estas informações forem produzidas por pessoas que sequer tem qualificação profissional para tal, sem jamais ter tido uma formação que lhes atribua ética profissional, capacidade de discernimento, conhecimento da língua, ou outras tantas das inúmeras disciplinas que dão o mínimo necessário de habilitação para embasar o exercício de uma atividade que vai formar o senso crítico da sociedade brasileira, que se já é de tão combalida e deprimente, ao que parece, irá nos reservar um futuro ainda menos promissor.
Isso tem uma explicação? Claro que tem. Não há diferença nenhuma (nenhuma!) na cultura e nos valores dos homens que dirigem os rumos deste país, independente dos poderes aos quais pertençam, já que, por exemplo, para ser Ministro do Supremo é necessário ser amigo dos presidentes, pois são indicações políticas. Para ser Ministro de Estado ou Secretário de Governo, basta ser influente em um partido político que compõe a “base” (ideologia? Ta brincando!) ou amigo do Presidente, Governador ou Prefeito. Competência administrativa? Formação técnica? Ética? Capacidade intelectual? Isso é para o mundo privado, que precisa ser eficiente e eficaz no uso de seus recursos para poder pagar a cada vez mais cara conta da bandalheira política que virou o país tomado dos índios por Cabral e desmoralizado pela corrupta cultura católico-portuguesa.
2. Esta é para me “derrubar os butiás do bolso”. O etílico e semi-alfabetizado Governante-Mor da República de Ingana (impostos da Inglaterra e serviços de Gana), ex-quase-pseudo-revolucionário-demago-trotskista (sim, quase, porque todos os que realmente tinham uma ideologia e coragem para combater o regime cancerígeno que corroeu por décadas passadas e futuras a evolução política desta republiqueta neo-portuguesa ou morreram ou se exilaram) diz que o Presidente do (pomposo, inútil e absurdamente caro) Senado da República não pode ser criticado por que “ele tem uma história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum" e insinua que há tentativa de "enfraquecer o Legislativo". Será que o nosso erudito presidente esqueceu-se do item I do Artigo 5º da Constituição Federal – a mesma que jurou defender – a qual diz que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição” e que, portanto, não importa se tem um ou um milhão de anos de história? Não deveria, sob a égide constitucional tão bem interpretada e defendida pelo STF como vimos anteriormente, o Exmo. Sr. Presidente do Senado, cuja existência é fundamental para eu pagar as contas do supermercado, ser tratado da mesma forma que um idiota como eu, que pago os impostos para sustentar esta casta, sou tratado? Claro que não. A história del pueblo brasileño é uma históra de pagar, não de receber.
Pior, mas não menos surpreendente, o Exmo. Sr. Comandante-Mor desta republiqueta de quinta que chamamos de país afirmou que embora pense que o "Presidente" Sarney (do selo pedágio e da hiper-inflação) tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum (e tem mesmo, já que as pessoas comuns não tem condições de se tornarem milionários às custas do herário),"não leu a reportagem". Que não leu a reportagem nosso querido viajante não precisava ter dito, já que afirmou que não lê jornais (e mesmo que quisesse, não poderia, já que os jornais brasileiros são publicados no Brasil, onde invariavelmente nosso querido revolucionário de esquerda raramente se encontra, demorando algum tempo para chegar a maioria dos países, tempo que invariavelmente nosso querido revolucionário de esquerda permanece antes de continuar sua saga turística).
É inacreditável! O Presidente Lula defende a “história” de sua excelência José Sarney. José Sarney! Talvez o maior representante das impiedosas oligarquias que o PT sempre odiou e jurou combater (antigamente, já que o poder desmancha a ideologias e unifica os homens enquanto os fatores que proporcionam a manutenção de tal poder for compartilhado). E, ainda, diz o Imortal Senador - e no que concorda o digno e perfeito representante da maioria (quase 80%) dos - iludidos - brasileiros (como é bom ser minoria em alguns casos) – que “estamos conspirando contra ele!”. Eu, agora, além de idiota, virei conspirador. EMbora, de fato, de conspiração o Presidente do Senado entende, já que foi um dos principais conspiradores para derruba a democracia.
Luz no fim do túnel? Eu não vejo. Porque para cada Yeda Crusius existem dezenas de Stella Farias. Para cada Fernando Henrique Cardoso, existem dezenas de Luiz Inácio Lula da Silva. Para cada José Serra, para cada Aécio Neves, existem dezenas de José Sarney e Renan Calheiros. Para cada João Gilberto Luxas Coelho existem dezenas de Ivar Pavan, Ervino Bohn Gaas e Dionísio Marcon. Para cada político competente, íntegro, que briga para melhorar a condição pública, existem dezenas dos que, quanto não estão gastando sua energia e usando os recursos públicos para destruir tudo e todos os que não fazem parte de sua laia para, como abutres que são, se alimentar da podridão que sobra, estão fazendo algum esquema para transferir os escassos recursos públicos, que deveriam estar nos hospitais, na segurança pública, na infraestrutura e na educação, para castelos, apartamentos na Europa, fazendas (como as do Lulinha em Goiás) e contas no exterior.
Meu Deus! Que país é este?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Política e cidadania

Antes de se entender o que é política é preciso se entender o que é cidadania. E antes de se entender o conceito de cidadania é preciso que se entenda o que é ser cidadão, já que parece óbvio perceber que a cidadania é a qualidade ou estado de "ser" cidadão. O cidadão é o indivíduo que possui a capacidade de gozar os direitos civis e políticos de um Estado (o qual eu entendo que pode ser definido pelas condições particulares, sejam políticas, sociais, geográficas, legais, culturais, etc, que delimitam e definem um "povo"), bem como desempenha seus deveres e cumpri suas responsabilidades (muitas vezes implícitas) para com ele. Ora, se o cidadão é quem exerce os direitos e cumpre seus deveres para com o Estado, cidadania pode ser entendida como o arcabouço destes deveres, direitos e liberdades (entenda-se aqui liberdade como possibilidades) relacionadas a fatores políticos, sociais e econômicos estabelecidos pela legislação ou pelo uso e aceitação coletiva que dá ao indivíduo a condição de participar da vida social e do governo de seu povo. Quem não possui cidadania está marginalizado, excluído das relações sociais e das decisões, ficando a margem ou numa posição de inferioridade dentro do grupo social. O "exercício" da cidadania se dá, então, pela busca em fazer valer esses direitos garantidos e estabelecidos. Exercer a cidadania, portanto, é buscar que os direitos individuais e coletivos sejam observados, zelando para que não sejam desrespeitados.
Entendido o que cidadania, o que é política? A palavra política, embora possa ser de fácil entendimento pela nossa percepção, não é fácil conceituar e caracterizar o termo em uma noção definitiva, já que a "ação" política ocorre em todos os momentos e situações da nossa vida. Estamos fazendo política quando organizamos um churrasco, conversamos numa mesa de bar, quando auxiliamos uma obra social ou cobramos o funcionamento de algo que compramos, bem como fazemos política quando fazemos uma passeata contra a guerra ou pelas garantia dos direitos individuais ou fazemos ato simples como votar. Portanto fazer política não é uma particularidade dos políticos, mas do cidadão no exercício pleno e autêntico de sua liberdade. Parece-me, então e a priori, que a política tem como objetivo a busca e a garantia da liberdade.
Tendo em vista que o homem não é autárquico e, portanto, depende das relações sociais para sua sobrevivência, e levando em conta a pluralidade destas relações e ideologias, são necessários mecanismos que possam organizar socialmente os indivíduos, regulando e harmonizando o convívio dos diferentes (e não dos iguais) a fim de buscar garantir a todos o pleno exercício da cidadania anteriormente definido. E essa é a função primordial da política, seja ela um mecanismo de Estado (por ex. uma lei aprovada pelo Congresso ou a utilização de radares para controlar a velocidade limite nas rodovias) seja um mecanismo individual (reclamação sobre um buraco aberto na sua rua ou a participação em uma passeata contra a guerra).
Baseado nisso, política me parece o instrumento (social e individual) mais importante na busca de garantir a vida, em seu sentido mais amplo, e a felicidade dos indivíduos na sua convivência social, a partir utilização de mecanismos reguladores (externos ao indivíduo) e auto-reguladores (decisões pessoais) que estabelecem as condições de aplicação das liberdades individuais, favorecendo o exercício da cidadania. O entendimento disso por parte dos políticas e seu exercício com ética é outra história...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Governar é coisa séria! Fazer política? Nem tanto...

Não... falando sério... alguém em sã consciência consegue não achar a política surreal?
Dá para entender o que está acontecendo no velho e bom pago de São Pedro?
Vejamos os fatos!
Durante o governo de Euclides Triches (1971 a 1975) a capacidade média de investimento era de 29,66% da Receita Corrente Líquida (RLC) do Estado. Uma ótima capacidade fincanceira, que pode impulsionar o Estado ao mais elevado nível de desenvolvimento social do país. Já governo de Pedro Simon (1987 a 1990), com o aumento dos gastos a capacidade de investir cai para 20,54% da RCL. E continua o aumento dos gastos sem correspondente aumento da receita, para, no mínimo, garantir a manutenção do que já existia. Mais modernamente, já no governo de Antônio Britto (1995 a 1998) os investimentos representaram 16,71% da RCL. No governo seguinte, de Sua Excelência, o etílico Sr. Olívio Dutra (1999 a 2002), o inchamento da máquina para o aparelhamento do PT resultou em um aumento dos gastos a níveis estratosféricos, derrubando a capacidade de investimentos para o medíocre nível de 7,3% da RCL. Seguindo a mesma lógica e com a mesma incompetência gerencial, assume o governo gaúcho o Sr. Paz e Amor, Germano Rigotto (2003 a 2006), e consegue a façanha de piorar a situação: a capacidade de investir cai para 5,5% da RCL, terminando seu governo com ridículos 4,7% de capacidade de investimento (pasmem: o terceiro/quarto Estado mais rico do País torna-se o segundo pior da neste quesito).
Mas como estes ótimos gestores públicos gaúchos conseguiam financiar o Estado, com tão baixa capacidade financeira? Uma conclusão é óbvia, como vou demonstrar mais adiante: todos aumentaram o endividamento do Estado! Além disso, cada governador lançou mão de algum mecanismo próprio disponível em suas devidas épocas: Collares utilizou-se da inflação, cujos índices ultrapassavam os 40%. Alguns dias de atraso no pagamento dos servidores, fornecedores, dívidas, cujos valores que deveriam estar no bolso dos funcionários públicos ou no caixa dos fornecedores iam para os famosos over nigth e open market, rendendo o suficiente para saldar as contas do período. Britto torrou 6 bilhões de reais das privatizações da CEEE, da CRT e das estradas e não resolveru o problema do endividamento (embora tenha feito inúmeras obras, não se pode deixar de reconhecer). O etílico Dutra tirou da manga, em suas conversas com correligionários no Gambrinus, entre um gole e outro, uma carta que permitiu colocar todo o dinheiro do Estado em um saco de gatos: o caixa-único. Com este mecanismo, jogava com os recursos públicos ao seu bel prazer, sem a necessidade de cumprir o orçamento (que, aliás, nunca foi cumprido por ninguém, era mais um mecanismo de faz-de-conta que um instrumento de gestão). Além disso, o etílico Sr. Dutra vendeu ativos, reduziu drasticamente investimentos (vide Ford, que foi expulsa do Estado para gerar centenas de milhares de empregos e bilhões de reais na Bahia) e aumentou o endividamento de curto prazo (resultando um governo medíocre que sobreviveu graças ao que este esquerda incompetente aprendeu com Goebles sobre como fazer propaganda política sem realizar nada de efetivo - Lula é o maior expoente deste modelo de governo). Rigotto igualmente lança mão do SIAC (caixa-único), sobretudo com os depósitos judiciários, reduz investimentos, aumenta o endividamento de curto prazo e, proncipalmente, aprova um pacote de aumento de impsotos. Como se pode perceber, todas ótimas soluções para resolver o grave problema na "estrutura" das combalidas finanças públicas.
Bem, e qual o resultado de décadas de incompetência e desmando? 2,4 bilhões de reais de dívidas e o maior déficit orçamentário dentre os 27 Estados da União (-6,4% da RCL). Com os desmandos na gestão das finanças públicas gaúchas colocaram o Estado, dentre os 27 estados da União, em primeiro lugar em gasto com pessoal (com uma imensa contribuição do (des)governo PT), gastando 67,5% da RCL, o Estado que mais gasta com inativos e pensionistas (31,1% da RCL), o sétimo Estado que mais gasta com serviço da dívida (12,7% da RCL). Tudo isso, dentre outros péssimos índices econômicos, eleva nosso pago ao honroso segundo (segundo!) pior passivo orçamentário do país, com um déficit de 318% (318!!!!) da Receita Corrente Líquida e levou o Rio Grande do Sul, que sempre se orgulhou de sua qualidade de vida, a cair da segunda posição no pais (8,6%) para a quarta posição (6,3%) no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Rememorado e entendido o passado mais longínquo, analisemos os últimos dois anos!
Assumiu o governo gaúcho em 2007 uma mulher paulista (quem diria, em um Estado machista e bairrista). De personalidade forte. Decidida. Brigona. Pulso firme. Competente. Com visão de futuro. Dona de inegável espírito público. Com rara capacidade de enfrentamento das adversidades. E, fundamentalmente, vontade e determinação de resolver os problemas do Estado, mesmo à custa de sua futura carreira política (essa mulher não é gaúcha? Deve ter sido em encarnações anteriores. Na época dos Farrapos, quem sabe). Características, estas, que nenhum dos “machos” que governaram o Rio Grande do Sul tiveram ou consegeguiram demonstrar de forma efetiva. Resultado: em dois anos (dois anos!), entre outras ações, e contra uma oposição doentia e uma discutível base política na Assembléia 1. pagou mais da metade da astronômica dívida de mais de 2,4 bilhões de reais acumulada em dezenas de anos; 2. zerou o déficit público, tornando o Estado superavitário; 3. pagou os fornecedores (cujas contas não foram pagas nos últimos 6 meses do governo anterior), os quais estão - todos - recebendo em dia, reduzindo, com isso o custo das compras e das obras contratadas; 4. está concluindo todas as obras atrasadas dos (politiqueiros) orçamento participativo do etílico governo PT e consulta popular do governo Paz e Amor do PMDB; 5. obteve o maior financiamento do Banco Mundial dado a um Estado não nacional (2 bilhões de dólares); 6. fez a maior operação de IPO (venda de ações sem direito a voto) de um banco brasileiro (recursos que hoje compõe o novo fundo previdenciário para pagar a aposentadoria (daqui há 25 anos) de quem ingressar hoje no serviço público estadual sem a necessidade de usar o caixa do Estado – isso é pensar no futuro e não na próxima eleição); 7. está fazendo o maior investimento em obras públicas dos últimos 30 anos (excetuando os 6 bilhões de reais das privatizações do governo Britto); 8. enxugou em mais de 30% o custeio direto, com o corte drástico dos famigerados cargos em comissão, garantindo o cumprimento das metas do governo através de contratos de gestão com todas as secretarias e autarquias (sonho de todo brasileiro: diminuir o peso da máquina pública nos gastos do governo, transformando gasto em investimento); 9. reestruturou os incentivos fiscais e estrutura tributária; 10. retomou o pagamento dos (eternos) precatórios; 11. criou programas que atacam os principais problemas na estrutura adminitrativa e produtiva onde há necessidade do investimento público, com indicadores de desempenho para monitoramente e controle eficaz dos resultados; 12. montou um orçamento real, utilizado como instrumento de gestão (e não o tradicional "faz-de-conta que tem dinheiro e vamos ver o que é que dá");13. pagou as correções salarias atrasadas (prometidas) do governo Britto; 14. tudo isso sem esquecer que começou o seu governo perdendo mais de 700 milhões de reais em tributos no já deficitário orçamento gaúcho (que o Sr. Paz e Amor tinha disponível e mesmo assim não pagou as contas nos últimos 6 meses de governo. Ahhh, mas foi um governo sem conflitos...).
Agora, alguém pode me dizer: quem de nós não sonhou sempre com um governador que fizesse isso?
E sabem o que deseja a parte anestesiada – ou desneuronizada – da opinião pública, dos protozoários representantes da esquerda amebóide e da imprensa "independente e isenta" que não está se locupletando com o polpudo orçamento da comunicação do governo? ELES QUEREM TUDO DE VOLTA! Acreditem! Tem gente que quer de volta os mesmos que entregaram um Estado agonizante. Os mesmo que nunca fizeram o que era sua obrigação fazer, pois foram eleitos para para melhorar a vida dos gaúchos. E, pior, hoje criticam com a empáfia e a arrogância própria de quem joga o passado podre para debaixo do tapete, fica surdo com seu próprio grito e anestesia sua consciência lançando mão do mesmo método de plantar mentiras que usaram para justificar sua incompetência. Até mesmo o gentleman e afetuoso (pena que incompetente) ex-ótimo odontólogo Germando Rigotto reaparece esperançoso do anonimato, correndo maratona com o sorriso faceiro de quem acha que o gaúcho esquece fácil (e talvez esqueça mesmo!), porque sabe que se assumir o Estado (que Deus nos livre) sanado e com a capacidade de investimento que possui atualmente, é forte candidato a governar com 70% de aprovação, mesmo não fazendo nada de novo, exceto se promover em cima do árduo trabalho alheio que fizeram as mudanças necessárias para embasar o crescimente econômico (seguindo mesmo caminho de um certo Presidente semi-alfabetizado, mas muito bom de papo e de marketing).
Agora, falando sério, alguém em sã consciência consegue não achar a política surreal?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cinema Brasileiro

Ainda não havia assistido ao filme Meu Nome Não é Johnny. Assisti hoje. E gostei. Nunca fui muito afeito aos (quase todos ruins) filmes da Terra Brasilis - aliás, nada afeito - mas confesso que venho mudando meu conceito e já tenho um olhar mais otimista sobre o que vem sendo produzido em Brasilywood.
Desde que comecei a me interessar por cinema, três filmes nacionais, e não mais que isso, mereceram permanecer - como oásis - em minha memória: Pixote - A Lei do Mais Fraco (1981), do Hector Babendo, com destaque para o até então menino de rua Fernando Lemos da Silva (que alguns anos depois do filme, abandonado, voltou às ruas e foi assassinado) e Marília Pêra, exatamente sobre a vida dos meninos de rua e sua delinquência como meio de sobrevivência e aprendizado, O sonho Não Acabou (1982), tendo como principais protagonistas os então iniciantes atores Lauro Corona, Lucélia Santros e Miguel Falabella, dirigido por Sérgio Rezende, que mostra a juventude de Brasília nos tempos do regime militar, sua fuga do conformismo, o uso de drogas, as relações e conflitos das diferentes classes sócio-econômicas da capital federal e o gaúcho Verdes Anos (1984) com o Werner Shünemann, Marcos Breda, Xala Filippi, entre outros, dirigido por Giba Assis Brasil e Carlos Gerbase, que mostra a vida e as preocupações cotidianas como as brigas de namoro, os conflitos com os pais, as preocupações com o futuro, as reuniões dançantes de um grupo de adolescentes da década de 70 da grande Porto Alegre, em meio à repressão política e à ideologia do "milagre brasileiro" (a música tema é a linda Armadilha do ótimo Nelson Coelho de Castro, ícone na música urbana portoalegrense dos anos 80, junto com feras como Nei Lisboa, Bebeto Alves, Raul Elwanger, Almôndegas - ôh saudade do talento! Na atual pobreza musical gaúcha - e mundial, diga-se de passagem - temos que nos contentar com Cachorro Grande...). Depois disso, não lembro de nada que merecesse ocupar algum espaço na minha memória.
Hoje, entretanto, já percebo um cinema nacional realizando, em razoável escala, filmes inteligentes, maduros, bem produzidos e dirigidos e, obviamente, já que é característica dos nossos atores, bem interpretados (entendo que os atores nacionais podem ser elencados no hall dos melhores do mundo, sem exageros). Filmes como Cidade de Deus, Central do Brasil, O Que é Isso, Companheiro?, Carandiru, Dom, Bicho de Sete Cabeças, Eu Sou Você, Mais Uma Vez Amor, Tropa de Elite e Meu Nome Não é Johnny fazem com que os filmes nacionais sejam um ótima opção na hora de vasculhar as prateleiras das videolocadores em busca de algo além do óbvio.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Uma opção

Sempre escrevi artigos para revista, jornal, site, mas ainda não havia tomado a decisão de escrever meu próprio blog, um pouco por outras atividades, um pouco por preguiça de fazer o blog. Mas enfim resolvi. Este é um espaço de idéias - a maioria não são boas, de proposições - quase todas podem parecer inúteis, de discussão - das quais devo perder quase todas, enfim um espaço de quem não sabe muito bem o que pensa, mas pensa...