quinta-feira, 18 de junho de 2009

Que país é este?

Agora, falando sério, que país é este?
Quanto mais nós, os mundialmente famosos – mais pela bunda que pela cabeça – habitantes deste gigante deitado eternamente em berço esplêndido, (in)dignamente comandado por uma casta de dirigentes irreparavelmente à margem da sociedade comum e mortal composta pelos atordoados e impassíveis pagadores de impostos (embora seja do sangue destes esta horda se alimenta) e cuja maioria, como nunca antes na história, oscila entre a semi-intelectualização e a obsessão-compulsiva pelo uso privado e pessoal dos recursos públicos, tendo como principal representante e referência de aprovação popular um Presidente semi-alfabetizado, o qual confere ao país a oficialização e valorização da ignorância e do desrespeito pelo conhecimento e o desprezo pela língua-pátria, derivada da ausência de um mínimo de qualificação intelectual e formação cultural, que deveria ser requisito fundamental para dirigir os rumos de um povo (mas também que povo!), mais eu concordo com Charles de Gaulle quando disse, em 1963, que "Le Brésil n’est pas um pays sérieux". Realmente não sei quando – e se – vamos inverter a curva da hipocrisia e do proselitismo imbecilizado da horda dirigente e dos membros dos poderes constituídos, para uma mínima perspectiva de racionalidade sócio-política, já que, de fato, quanto mais o tempo passa, parece que menos sério ficamos.
Será que peguei pesado? Então vejamos:
1. O Supremo Tribunal Federal acaba de definir, para o efusivo aplauso dos donos do quarto poder, que agora podem contratar qualquer imbecil para inventar as informações que nós, os idiotas, vamos comprar como verdades, já que para ser jornalista não é necessário... ser jornalista! Que maravilha! Estou à espera que o Supremo (Supremo! Que termo para um local intocável de pessoas intocáveis) adjudique que para ser médico não seja mais necessário ter diploma de medicina, aí vou curar Gripe Aviária com aspirina e ficar rico!
Ora, se já convivemos com a informação manipulada ao bel prazer dos detentores dos veículos de comunicação que, pasmem, aceitam (e até exigem) que se derive o dinheiro público para a remuneração “adequada” ao valor de seu trabalho “jornalístico” de informar el pueblo sobre as ações dos poderes públicos, cujo resultado reelegem ou destrói os dententores de cargos públicos (eu, paticularmente, não acredito que a imprensa “séria” manipule informações conforme seu interesse econômico. Isso é intriga da imprensa “marrom”), imagina quando estas informações forem produzidas por pessoas que sequer tem qualificação profissional para tal, sem jamais ter tido uma formação que lhes atribua ética profissional, capacidade de discernimento, conhecimento da língua, ou outras tantas das inúmeras disciplinas que dão o mínimo necessário de habilitação para embasar o exercício de uma atividade que vai formar o senso crítico da sociedade brasileira, que se já é de tão combalida e deprimente, ao que parece, irá nos reservar um futuro ainda menos promissor.
Isso tem uma explicação? Claro que tem. Não há diferença nenhuma (nenhuma!) na cultura e nos valores dos homens que dirigem os rumos deste país, independente dos poderes aos quais pertençam, já que, por exemplo, para ser Ministro do Supremo é necessário ser amigo dos presidentes, pois são indicações políticas. Para ser Ministro de Estado ou Secretário de Governo, basta ser influente em um partido político que compõe a “base” (ideologia? Ta brincando!) ou amigo do Presidente, Governador ou Prefeito. Competência administrativa? Formação técnica? Ética? Capacidade intelectual? Isso é para o mundo privado, que precisa ser eficiente e eficaz no uso de seus recursos para poder pagar a cada vez mais cara conta da bandalheira política que virou o país tomado dos índios por Cabral e desmoralizado pela corrupta cultura católico-portuguesa.
2. Esta é para me “derrubar os butiás do bolso”. O etílico e semi-alfabetizado Governante-Mor da República de Ingana (impostos da Inglaterra e serviços de Gana), ex-quase-pseudo-revolucionário-demago-trotskista (sim, quase, porque todos os que realmente tinham uma ideologia e coragem para combater o regime cancerígeno que corroeu por décadas passadas e futuras a evolução política desta republiqueta neo-portuguesa ou morreram ou se exilaram) diz que o Presidente do (pomposo, inútil e absurdamente caro) Senado da República não pode ser criticado por que “ele tem uma história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum" e insinua que há tentativa de "enfraquecer o Legislativo". Será que o nosso erudito presidente esqueceu-se do item I do Artigo 5º da Constituição Federal – a mesma que jurou defender – a qual diz que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição” e que, portanto, não importa se tem um ou um milhão de anos de história? Não deveria, sob a égide constitucional tão bem interpretada e defendida pelo STF como vimos anteriormente, o Exmo. Sr. Presidente do Senado, cuja existência é fundamental para eu pagar as contas do supermercado, ser tratado da mesma forma que um idiota como eu, que pago os impostos para sustentar esta casta, sou tratado? Claro que não. A história del pueblo brasileño é uma históra de pagar, não de receber.
Pior, mas não menos surpreendente, o Exmo. Sr. Comandante-Mor desta republiqueta de quinta que chamamos de país afirmou que embora pense que o "Presidente" Sarney (do selo pedágio e da hiper-inflação) tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum (e tem mesmo, já que as pessoas comuns não tem condições de se tornarem milionários às custas do herário),"não leu a reportagem". Que não leu a reportagem nosso querido viajante não precisava ter dito, já que afirmou que não lê jornais (e mesmo que quisesse, não poderia, já que os jornais brasileiros são publicados no Brasil, onde invariavelmente nosso querido revolucionário de esquerda raramente se encontra, demorando algum tempo para chegar a maioria dos países, tempo que invariavelmente nosso querido revolucionário de esquerda permanece antes de continuar sua saga turística).
É inacreditável! O Presidente Lula defende a “história” de sua excelência José Sarney. José Sarney! Talvez o maior representante das impiedosas oligarquias que o PT sempre odiou e jurou combater (antigamente, já que o poder desmancha a ideologias e unifica os homens enquanto os fatores que proporcionam a manutenção de tal poder for compartilhado). E, ainda, diz o Imortal Senador - e no que concorda o digno e perfeito representante da maioria (quase 80%) dos - iludidos - brasileiros (como é bom ser minoria em alguns casos) – que “estamos conspirando contra ele!”. Eu, agora, além de idiota, virei conspirador. EMbora, de fato, de conspiração o Presidente do Senado entende, já que foi um dos principais conspiradores para derruba a democracia.
Luz no fim do túnel? Eu não vejo. Porque para cada Yeda Crusius existem dezenas de Stella Farias. Para cada Fernando Henrique Cardoso, existem dezenas de Luiz Inácio Lula da Silva. Para cada José Serra, para cada Aécio Neves, existem dezenas de José Sarney e Renan Calheiros. Para cada João Gilberto Luxas Coelho existem dezenas de Ivar Pavan, Ervino Bohn Gaas e Dionísio Marcon. Para cada político competente, íntegro, que briga para melhorar a condição pública, existem dezenas dos que, quanto não estão gastando sua energia e usando os recursos públicos para destruir tudo e todos os que não fazem parte de sua laia para, como abutres que são, se alimentar da podridão que sobra, estão fazendo algum esquema para transferir os escassos recursos públicos, que deveriam estar nos hospitais, na segurança pública, na infraestrutura e na educação, para castelos, apartamentos na Europa, fazendas (como as do Lulinha em Goiás) e contas no exterior.
Meu Deus! Que país é este?

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