segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cinema Brasileiro

Ainda não havia assistido ao filme Meu Nome Não é Johnny. Assisti hoje. E gostei. Nunca fui muito afeito aos (quase todos ruins) filmes da Terra Brasilis - aliás, nada afeito - mas confesso que venho mudando meu conceito e já tenho um olhar mais otimista sobre o que vem sendo produzido em Brasilywood.
Desde que comecei a me interessar por cinema, três filmes nacionais, e não mais que isso, mereceram permanecer - como oásis - em minha memória: Pixote - A Lei do Mais Fraco (1981), do Hector Babendo, com destaque para o até então menino de rua Fernando Lemos da Silva (que alguns anos depois do filme, abandonado, voltou às ruas e foi assassinado) e Marília Pêra, exatamente sobre a vida dos meninos de rua e sua delinquência como meio de sobrevivência e aprendizado, O sonho Não Acabou (1982), tendo como principais protagonistas os então iniciantes atores Lauro Corona, Lucélia Santros e Miguel Falabella, dirigido por Sérgio Rezende, que mostra a juventude de Brasília nos tempos do regime militar, sua fuga do conformismo, o uso de drogas, as relações e conflitos das diferentes classes sócio-econômicas da capital federal e o gaúcho Verdes Anos (1984) com o Werner Shünemann, Marcos Breda, Xala Filippi, entre outros, dirigido por Giba Assis Brasil e Carlos Gerbase, que mostra a vida e as preocupações cotidianas como as brigas de namoro, os conflitos com os pais, as preocupações com o futuro, as reuniões dançantes de um grupo de adolescentes da década de 70 da grande Porto Alegre, em meio à repressão política e à ideologia do "milagre brasileiro" (a música tema é a linda Armadilha do ótimo Nelson Coelho de Castro, ícone na música urbana portoalegrense dos anos 80, junto com feras como Nei Lisboa, Bebeto Alves, Raul Elwanger, Almôndegas - ôh saudade do talento! Na atual pobreza musical gaúcha - e mundial, diga-se de passagem - temos que nos contentar com Cachorro Grande...). Depois disso, não lembro de nada que merecesse ocupar algum espaço na minha memória.
Hoje, entretanto, já percebo um cinema nacional realizando, em razoável escala, filmes inteligentes, maduros, bem produzidos e dirigidos e, obviamente, já que é característica dos nossos atores, bem interpretados (entendo que os atores nacionais podem ser elencados no hall dos melhores do mundo, sem exageros). Filmes como Cidade de Deus, Central do Brasil, O Que é Isso, Companheiro?, Carandiru, Dom, Bicho de Sete Cabeças, Eu Sou Você, Mais Uma Vez Amor, Tropa de Elite e Meu Nome Não é Johnny fazem com que os filmes nacionais sejam um ótima opção na hora de vasculhar as prateleiras das videolocadores em busca de algo além do óbvio.

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