quarta-feira, 27 de maio de 2009

Governar é coisa séria! Fazer política? Nem tanto...

Não... falando sério... alguém em sã consciência consegue não achar a política surreal?
Dá para entender o que está acontecendo no velho e bom pago de São Pedro?
Vejamos os fatos!
Durante o governo de Euclides Triches (1971 a 1975) a capacidade média de investimento era de 29,66% da Receita Corrente Líquida (RLC) do Estado. Uma ótima capacidade fincanceira, que pode impulsionar o Estado ao mais elevado nível de desenvolvimento social do país. Já governo de Pedro Simon (1987 a 1990), com o aumento dos gastos a capacidade de investir cai para 20,54% da RCL. E continua o aumento dos gastos sem correspondente aumento da receita, para, no mínimo, garantir a manutenção do que já existia. Mais modernamente, já no governo de Antônio Britto (1995 a 1998) os investimentos representaram 16,71% da RCL. No governo seguinte, de Sua Excelência, o etílico Sr. Olívio Dutra (1999 a 2002), o inchamento da máquina para o aparelhamento do PT resultou em um aumento dos gastos a níveis estratosféricos, derrubando a capacidade de investimentos para o medíocre nível de 7,3% da RCL. Seguindo a mesma lógica e com a mesma incompetência gerencial, assume o governo gaúcho o Sr. Paz e Amor, Germano Rigotto (2003 a 2006), e consegue a façanha de piorar a situação: a capacidade de investir cai para 5,5% da RCL, terminando seu governo com ridículos 4,7% de capacidade de investimento (pasmem: o terceiro/quarto Estado mais rico do País torna-se o segundo pior da neste quesito).
Mas como estes ótimos gestores públicos gaúchos conseguiam financiar o Estado, com tão baixa capacidade financeira? Uma conclusão é óbvia, como vou demonstrar mais adiante: todos aumentaram o endividamento do Estado! Além disso, cada governador lançou mão de algum mecanismo próprio disponível em suas devidas épocas: Collares utilizou-se da inflação, cujos índices ultrapassavam os 40%. Alguns dias de atraso no pagamento dos servidores, fornecedores, dívidas, cujos valores que deveriam estar no bolso dos funcionários públicos ou no caixa dos fornecedores iam para os famosos over nigth e open market, rendendo o suficiente para saldar as contas do período. Britto torrou 6 bilhões de reais das privatizações da CEEE, da CRT e das estradas e não resolveru o problema do endividamento (embora tenha feito inúmeras obras, não se pode deixar de reconhecer). O etílico Dutra tirou da manga, em suas conversas com correligionários no Gambrinus, entre um gole e outro, uma carta que permitiu colocar todo o dinheiro do Estado em um saco de gatos: o caixa-único. Com este mecanismo, jogava com os recursos públicos ao seu bel prazer, sem a necessidade de cumprir o orçamento (que, aliás, nunca foi cumprido por ninguém, era mais um mecanismo de faz-de-conta que um instrumento de gestão). Além disso, o etílico Sr. Dutra vendeu ativos, reduziu drasticamente investimentos (vide Ford, que foi expulsa do Estado para gerar centenas de milhares de empregos e bilhões de reais na Bahia) e aumentou o endividamento de curto prazo (resultando um governo medíocre que sobreviveu graças ao que este esquerda incompetente aprendeu com Goebles sobre como fazer propaganda política sem realizar nada de efetivo - Lula é o maior expoente deste modelo de governo). Rigotto igualmente lança mão do SIAC (caixa-único), sobretudo com os depósitos judiciários, reduz investimentos, aumenta o endividamento de curto prazo e, proncipalmente, aprova um pacote de aumento de impsotos. Como se pode perceber, todas ótimas soluções para resolver o grave problema na "estrutura" das combalidas finanças públicas.
Bem, e qual o resultado de décadas de incompetência e desmando? 2,4 bilhões de reais de dívidas e o maior déficit orçamentário dentre os 27 Estados da União (-6,4% da RCL). Com os desmandos na gestão das finanças públicas gaúchas colocaram o Estado, dentre os 27 estados da União, em primeiro lugar em gasto com pessoal (com uma imensa contribuição do (des)governo PT), gastando 67,5% da RCL, o Estado que mais gasta com inativos e pensionistas (31,1% da RCL), o sétimo Estado que mais gasta com serviço da dívida (12,7% da RCL). Tudo isso, dentre outros péssimos índices econômicos, eleva nosso pago ao honroso segundo (segundo!) pior passivo orçamentário do país, com um déficit de 318% (318!!!!) da Receita Corrente Líquida e levou o Rio Grande do Sul, que sempre se orgulhou de sua qualidade de vida, a cair da segunda posição no pais (8,6%) para a quarta posição (6,3%) no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Rememorado e entendido o passado mais longínquo, analisemos os últimos dois anos!
Assumiu o governo gaúcho em 2007 uma mulher paulista (quem diria, em um Estado machista e bairrista). De personalidade forte. Decidida. Brigona. Pulso firme. Competente. Com visão de futuro. Dona de inegável espírito público. Com rara capacidade de enfrentamento das adversidades. E, fundamentalmente, vontade e determinação de resolver os problemas do Estado, mesmo à custa de sua futura carreira política (essa mulher não é gaúcha? Deve ter sido em encarnações anteriores. Na época dos Farrapos, quem sabe). Características, estas, que nenhum dos “machos” que governaram o Rio Grande do Sul tiveram ou consegeguiram demonstrar de forma efetiva. Resultado: em dois anos (dois anos!), entre outras ações, e contra uma oposição doentia e uma discutível base política na Assembléia 1. pagou mais da metade da astronômica dívida de mais de 2,4 bilhões de reais acumulada em dezenas de anos; 2. zerou o déficit público, tornando o Estado superavitário; 3. pagou os fornecedores (cujas contas não foram pagas nos últimos 6 meses do governo anterior), os quais estão - todos - recebendo em dia, reduzindo, com isso o custo das compras e das obras contratadas; 4. está concluindo todas as obras atrasadas dos (politiqueiros) orçamento participativo do etílico governo PT e consulta popular do governo Paz e Amor do PMDB; 5. obteve o maior financiamento do Banco Mundial dado a um Estado não nacional (2 bilhões de dólares); 6. fez a maior operação de IPO (venda de ações sem direito a voto) de um banco brasileiro (recursos que hoje compõe o novo fundo previdenciário para pagar a aposentadoria (daqui há 25 anos) de quem ingressar hoje no serviço público estadual sem a necessidade de usar o caixa do Estado – isso é pensar no futuro e não na próxima eleição); 7. está fazendo o maior investimento em obras públicas dos últimos 30 anos (excetuando os 6 bilhões de reais das privatizações do governo Britto); 8. enxugou em mais de 30% o custeio direto, com o corte drástico dos famigerados cargos em comissão, garantindo o cumprimento das metas do governo através de contratos de gestão com todas as secretarias e autarquias (sonho de todo brasileiro: diminuir o peso da máquina pública nos gastos do governo, transformando gasto em investimento); 9. reestruturou os incentivos fiscais e estrutura tributária; 10. retomou o pagamento dos (eternos) precatórios; 11. criou programas que atacam os principais problemas na estrutura adminitrativa e produtiva onde há necessidade do investimento público, com indicadores de desempenho para monitoramente e controle eficaz dos resultados; 12. montou um orçamento real, utilizado como instrumento de gestão (e não o tradicional "faz-de-conta que tem dinheiro e vamos ver o que é que dá");13. pagou as correções salarias atrasadas (prometidas) do governo Britto; 14. tudo isso sem esquecer que começou o seu governo perdendo mais de 700 milhões de reais em tributos no já deficitário orçamento gaúcho (que o Sr. Paz e Amor tinha disponível e mesmo assim não pagou as contas nos últimos 6 meses de governo. Ahhh, mas foi um governo sem conflitos...).
Agora, alguém pode me dizer: quem de nós não sonhou sempre com um governador que fizesse isso?
E sabem o que deseja a parte anestesiada – ou desneuronizada – da opinião pública, dos protozoários representantes da esquerda amebóide e da imprensa "independente e isenta" que não está se locupletando com o polpudo orçamento da comunicação do governo? ELES QUEREM TUDO DE VOLTA! Acreditem! Tem gente que quer de volta os mesmos que entregaram um Estado agonizante. Os mesmo que nunca fizeram o que era sua obrigação fazer, pois foram eleitos para para melhorar a vida dos gaúchos. E, pior, hoje criticam com a empáfia e a arrogância própria de quem joga o passado podre para debaixo do tapete, fica surdo com seu próprio grito e anestesia sua consciência lançando mão do mesmo método de plantar mentiras que usaram para justificar sua incompetência. Até mesmo o gentleman e afetuoso (pena que incompetente) ex-ótimo odontólogo Germando Rigotto reaparece esperançoso do anonimato, correndo maratona com o sorriso faceiro de quem acha que o gaúcho esquece fácil (e talvez esqueça mesmo!), porque sabe que se assumir o Estado (que Deus nos livre) sanado e com a capacidade de investimento que possui atualmente, é forte candidato a governar com 70% de aprovação, mesmo não fazendo nada de novo, exceto se promover em cima do árduo trabalho alheio que fizeram as mudanças necessárias para embasar o crescimente econômico (seguindo mesmo caminho de um certo Presidente semi-alfabetizado, mas muito bom de papo e de marketing).
Agora, falando sério, alguém em sã consciência consegue não achar a política surreal?

Um comentário:

  1. É isso aí professor!!!

    Gostaria de postar esse texto no nosso blog!!!

    Leitão

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Obrigado pelo seu comentário.